jueves, 4 de diciembre de 2014

Educação nutricional

Educação nutricional
Cristiane Grando
Escritora, tradutora, doutora em Letras (USP) e docente na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Para o dia-a-dia, procure servir receitas simples com ingredientes frescos, frutas, legumes, verduras e grãos, que são importantes fontes de nutrientes. Não exagere no consumo de carnes e varie sempre a carne a ser servida. Ofereça peixes e frutos do mar pelo menos uma vez por semana.” segundo o livro Dona Benta: comer bem”

Dona Benta: comer bem”, livro tradicional da culinária brasileira ensina: Entre comer e saber comer existe uma grande diferença. É erro supor que a escolha, a confecção e o arranjo dos pratos possam ser feitos arbitrariamente, sem levar em conta as condições e as necessidades orgânicas. Além da estética, a refeição deve ser balanceada, oferecendo proteínas, carboidratos e vitaminas; os cardápios devem unir sabor, aroma, apresentação e qualidade nutricional.

A palavra “nutricional” se refere à “nutrição” e “nutritivo” segundo o “Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa”. “Nutrição” é “fonte de sustento; alimento”, o “conjunto de processos através dos quais um organismo absorve e assimila os alimentos”. “Nutritivo” é o “que nutre, que tem a propriedade de nutrir, de alimentar”. Exemplo: “o poder nutritivo do feijão”. Pela correria, alguns brasileiros têm deixado de lado o hábito saudável de comer feijão com arroz todos os dias, acompanhados de carne, peixe e/ou ovo, saladas e/ou legumes. “A boa alimentação requer o uso das verduras. Associados à carne e ao pão [ou arroz com feijão], os vegetais facilitam a digestão por seus sucos, além de atuarem como excitante pelos sais que contêm” - segundo o Dr. Proust, citado em Comer bem”. Sobre o consumo da cebolinha e das verduras, Sonia Hirsch afirma no livro “Meditando na cozinha”, publicado no Rio de Janeiro pela Editora Corre Cotia: “o verde leva para dentro vitaminas, minerais e a preciosa clorofila, que nutre e limpa.” Uma dica é compor o prato com alimentos coloridos, pois, em geral, resulta ser saudável, atraente, vistoso.

Aprendamos com Gouffé, citado em “Dona Benta”: sem boas matérias-primas, nem os maiores cozinheiros do mundo farão bons pratos. Aconselho evitar comidas industrializadas e congeladas, açúcares e doces; é melhor usar mel ou açúcar mascavo para adoçar. Ao acordar, o corpo absorve mais os alimentos por ter ficado muitas horas em jejum. Por isso, na primeira refeição do dia, devemos evitar açúcares e consumir especialmente os nutrientes de que mais o corpo precisa, em especial se apresenta alguma deficiência nutricional. Sigamos estes sábios conselhos do livro “Dona Benta”: “Evite a utilização de corantes e essências aromáticas. As frutas são mais saudáveis e têm gosto e aroma mais pronunciados.”; “Nem tanto ao mar nem tanto à terra, diz o refrão. Nem verde e nem maduro demais. O fruto deve ser comido assim que chega ao estado de maturação.”


Deixo o convite aos que se dedicam a cozinhar: que escolham ingredientes frescos e nutritivos; que busquem informações sobre nutrição em leituras instrutivas. Segundo Sonia Hirsch, meditação é um jejum mental, no qual se procura o não pensar. Por isso, cozinhar também pode ser meditação. Para cozinhar é preciso três ingredientes: paciência, entrega e atenção, o que dá margem a micromeditações – enquanto você faz, não pensa, não julga; apenas observa.


Vídeos e textos curtos sobre alimentação saudável: “Deixa sair: a saúde é subversiva porque não dá lucro a ninguém” de Sonia Hirsch <www.soniahirsch.com>; “Do campo à mesa: você é o que você sabe sobre o que come” de Francine Lima: <www.canaldocampoamesa.com.br>.



GRANDO, Cristiane. “Educação nutricional”. Fique em Evidência. Ed. 53, Ano 4. Cerquilho, dezembro de 2014, p.32

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