Poesia
visual
Cristiane
Grando
Escritora,
tradutora, gestora cultural, doutora em Letras (USP) e professora na
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Os
primeiros poemas visuais que me tocaram foram os do poeta francês
Guillaume
Apollinaire (1880-1918). Um tipo de poesia visual é o “caligrama”.
Segundo Antônio Houaiss, é o texto, geralmente um poema, cujas
linhas ou caracteres gráficos formam uma figura relacionada com o
conteúdo ou com a sua mensagem. Do francês “caligrammes”, a
palavra “caligrama” surgiu do título homônimo de um livro de
Apollinaire, que significa “texto escrito cujas linhas estão
dispostas em forma de desenho” (Dicionário
Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa).
No
Portal Antonio Miranda, afirma Véronique Dahlet, que foi minha
professora de Literatura Francesa na Universidade de São Paulo
(USP): “Há algo de infantil no caligrama [...]. De fato, o
caligrama, por ser escrita-imagem (uma mistura de caligrafia e
ideograma), lembra os primeiros passos voltados para a alfabetização,
quando a criança desenha e, gradativamente, introduz nos seus
desenhos letras, e depois palavras. Entretanto, longe de voltar para
uma certa ingenuidade que remeteria ao desejo de uma inocência
perdida, o caligrama possui o inigualável poder de erupção.”
Para
o leitor, ofereço, nesta ocasião, algumas experiências de
transbordamento, quando o desenho e o espaço em branco ganharam
significado especial em minha poesia.
Imagens:
“Poesia Liberdade” (postal criado em 2013), “amor Embriagado”
(escrito em 1993 e publicado no livro “claríssima” em 2012) e
“arboral” (escrito em 2014 e publicado no livro “arvoressências”,
em parceria com Mauricio Vieira): poemas visuais de Cristiane Grando.
Recomendação:
exemplos de caligramas de Apollinaire no Portal Antonio Miranda:
<http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/apollinaire.html>.