miércoles, 8 de julio de 2015

Poesia visual

Poesia visual
Cristiane Grando

Escritora, tradutora, gestora cultural, doutora em Letras (USP) e professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Os primeiros poemas visuais que me tocaram foram os do poeta francês Guillaume Apollinaire (1880-1918). Um tipo de poesia visual é o “caligrama”. Segundo Antônio Houaiss, é o texto, geralmente um poema, cujas linhas ou caracteres gráficos formam uma figura relacionada com o conteúdo ou com a sua mensagem. Do francês “caligrammes”, a palavra “caligrama” surgiu do título homônimo de um livro de Apollinaire, que significa “texto escrito cujas linhas estão dispostas em forma de desenho” (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa).

No Portal Antonio Miranda, afirma Véronique Dahlet, que foi minha professora de Literatura Francesa na Universidade de São Paulo (USP): “Há algo de infantil no caligrama [...]. De fato, o caligrama, por ser escrita-imagem (uma mistura de caligrafia e ideograma), lembra os primeiros passos voltados para a alfabetização, quando a criança desenha e, gradativamente, introduz nos seus desenhos letras, e depois palavras. Entretanto, longe de voltar para uma certa ingenuidade que remeteria ao desejo de uma inocência perdida, o caligrama possui o inigualável poder de erupção.”
Para o leitor, ofereço, nesta ocasião, algumas experiências de transbordamento, quando o desenho e o espaço em branco ganharam significado especial em minha poesia.
Imagens: “Poesia Liberdade” (postal criado em 2013), “amor Embriagado” (escrito em 1993 e publicado no livro “claríssima” em 2012) e “arboral” (escrito em 2014 e publicado no livro “arvoressências”, em parceria com Mauricio Vieira): poemas visuais de Cristiane Grando.
Recomendação: exemplos de caligramas de Apollinaire no Portal Antonio Miranda: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/apollinaire.html>.



domingo, 21 de junio de 2015

Polo Astronômico em Foz do Iguaçu



Polo Astronômico em Foz do Iguaçu
Cristiane Grando

Escritora, tradutora, gestora cultural, doutora em Letras (USP) e professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

O Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho caracteriza-se como um centro de ensino não-formal, que tem a missão de divulgar e disseminar conhecimentos e técnicas relacionados à Astronomia e ciências afins.” - site do Complexo Turístico Itaipu


Recentemente visitei o Polo Astronômico no PTI - Parque Tecnológico Itaipu - em Foz do Iguaçu, e fiquei encantada ao aprender mais sobre Astronomia numa palestra e sessão temática no planetário bem divertidas, em algumas horas compartilhadas com adultos e crianças, especialmente com o palestrante e coordenador do Polo, Janer Vilaça, e alguns membros de sua equipe. Na ocasião apreciamos:
o relógio de sol analemático, que fornece as horas a partir da sombra de quem o utiliza e possibilita entender o movimento aparente do Sol durante o dia e ao longo do ano;
o Espaço Universo, no hall do planetário, vendo e tocando meteoritos diversos, brincando e aprendendo com alguns jogos educativos;
o planetário, onde são exibidas sessões temáticas, com projetores especiais que permitem a visualização de um céu estrelado virtual de qualquer latitude e em qualquer horário;
o observatório, que permite, através de três telescópios, observações do céu real - tanto diurno quanto noturno – da Lua, planetas, aglomerados estelares e galáxias;
a plataforma de observações a olho nu, que possibilita contemplar constelações e diferenciar os vários tipos de astros visíveis.

As visitas ao Polo Astronômico são realizadas pelo Complexo Turístico Itaipu: <www.turismoitaipu.com.br> e o agendamento de visitas de colégios pelos contatos <poloastronomico@pti.org.br> ou (45) 3576 7203. A entrada é gratuita aos moradores de Foz do Iguaçu e municípios lindeiros, assim como a Visita Panorâmica da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Refúgio Biológico Bela Vista, Ecomuseu e a visita noturna chamada Iluminação da Barragem. Tive o prazer de fazer todos esses passeios, aprendendo sempre algo novo em ambientes de contemplação da Natureza e das Artes.




miércoles, 13 de mayo de 2015

“Arvoressências” no SESC Foz do Iguaçu



Arvoressências” no SESC Foz do Iguaçu
Cristiane Grando

Escritora, tradutora, gestora cultural, doutora em Letras (USP) e professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
De 5 de maio a 30 de junho, o SESC Foz do Iguaçu apresenta a exposição “Arvoressências: fotos e poemas de Mauricio Vieira e Cristiane Grando”

Vivo em Foz do Iguaçu desde junho do ano passado. Este 5 de maio será especial para mim e para o meu amigo Mauricio Vieira: o SESC Foz do Iguaçu oferece seu auditório para uma conversa com os autores do livro “Arvoressências” na noite de inauguração da exposição “Arvoressências: fotos e poemas de Mauricio Vieira e Cristiane Grando”.
Deixemo-nos ser tomados pela beleza das árvores e da poesia! De acordo com Jorge Coli, crítico da arte e professor na Unicamp, no prefácio do livro de Mauricio e Cristiane: “Na inspiração trazida por este livro, Arvoressências, perpassa [...] nostalgia meditativa. // É este o vezo poético das árvores, criaturas boas e conselheiras como não existem outras: a nostalgia meditativa. As árvores nos ensinam a tranquilidade e nos remetem para os primórdios, para o início da vida. São mestras do tempo. São exemplos de vital resistência. // Arvoressências nos conduz pelos meandros da sensibilidade soberana desses magníficos vegetais. Despertam no leitor os belos ecos da inspiração provocada pelos troncos, raízes, folhas, galhos.”*
Os autores de Arvoressências sugerem em forma de poesia que podemos reduzir a velocidade da vida atual e percebermos que o nosso ritmo vai contra os da natureza e contra nossa própria essência como seres vivos. Segundo Sebastião Salgado, “... a natureza é uma prioridade global. Temos de priorizar o ambiente como fazemos com a redistribuição da riqueza e o fim da pobreza. O ambiente é uma necessidade suprema.”**
As fotografias de Mauricio Vieira, clicadas em Angola, na China e no Brasil, realçam o tema central do livro Arvoressências: a reaproximação com a natureza, com as árvores. “Sentimos que estamos nos distanciando delas.” – afirmam os autores. E conclui Coli: “Nos nossos dias, feitos de máquinas e de sensações virtuais, elas [as relações do homem com a natureza] se desfazem na percepção rápida, na representação, na ideia, no conceito. Cabe à poesia trazê-las de volta.”*
O Sesc Foz do Iguaçu fica na Av. Tancredo Neves, 222 Vila – A1 – Telefone: (45) 3576-1300. Abre ao público de 2ª a 6ª das 8h15 às 20h45 e aos sábados e domingos em horários flexíveis.

Exposição “Arvoressências: fotos e poemas de Mauricio Vieira e Cristiane Grando”. De 5 de maio a 30 de junho de 2015. Entrada franca.


* COLI, Jorge. “Prefácio: Árvores”. In: VIEIRA, Mauricio; GRANDO, Cristiane. Arvoressências1.ed. 


São Paulo: Editora de Cultura, 2014, p.7-8.


** Planeta. Ano 42, Ed. 497. São Paulo: Editora Três, abril de 2014.

Link da Editora de Cultura sobre o livro “Arvoressências”: http://editoradecultura.com.br/titulo_view.asp?ID=125





domingo, 5 de abril de 2015

Kundalini Yoga



Kundalini Yoga
Cristiane Grando

Escritora, tradutora, gestora cultural, doutora em Letras (USP) e professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
"Yoga é consciência; transformação da consciência humana em consciência divina"... "ousar viver a plenitude e a felicidade" - segundo Pedro Kupfer

Sou praticante de yoga desde os meus 18 anos, quando a Universidade de São Paulo (USP) oferecia aulas gratuitas a seus estudantes. Cada professor que tive, em várias cidades e países, trouxe conhecimentos e sabedoria milenares, apresentou-os de forma diferente, segundo as práticas de seu mestre. 


Muito me impressionou a primeira aula de Kundalini Yoga como ensinado por Yogi Bhajan, numa turma iniciante que estou frequentando com o professor Rodrigo Cupelli, quem brinda o público com uma aula experimental, sem nenhum custo nem compromisso de permanecer no grupo. Algo se desbloqueou em meu interior durante e depois das respirações conscientes, mantras, exercícios físicos, relaxamento, meditação, canto. Algo estava travado e se soltou com a leveza de quem está descansado, em paz, e solta o ar pelas narinas, tendo a consciência plena de que respirar profundamente é sinônimo de vida. 


De acordo com Rodrigo Cupelli (Manmohan Singh), o mantra Sat Nam, usado também como cumprimento e reverência entre os praticantes de Yoga Kundalini, significa "a confirmação de nossa Verdadeira Identidade, ou a Identidade Vibracional da nossa Alma. É o mantra que desperta a alma e lhe dá o seu destino." 


No texto "O que é Yoga?", Pedro Kupfer afirma: "Yoga é perfeição na ação. A perfeição na ação [...] em fazer fluir as próprias ações em harmonia com o dharma, o bem comum, reconhecendo que nosso privilégio é escolher como, quando e onde agir, mas não tentar controlar ou escolher os resultados das nossas ações. Noutras palavras, perfeição significa viver consciente, [...] totalmente consciente o tempo todo, de cada ato, de cada momento."
Sat nam!


Reconheça o Infinito em você. Pratique Kundalini Yoga: o Espaço Prema Devi Yoga fica no Edifício Edna da Av. Brasil, 1497 - sala 7, entre a escola Wizard e o Laos. Contato: (45) 9141 4393 - Prof. Rodrigo Cupelli.


domingo, 22 de marzo de 2015

Ñandeva: Programa Trinacional de Artesanato


Ñandeva: Programa Trinacional de Artesanato

Cristiane Grando

Escritora, tradutora, gestora cultural, doutora em Letras (USP) e professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)


"Ser Ñandeva passou a ser um termo que resume um sentimento, um modo de ação e um objetivo comum, reunindo pessoas com um verdadeiro propósito: transformar o artesanato e a realidade do artesão desta região." - afirma Gorette Milioli, coordenadora geral do Programa Ñandeva


Ao chegar em Foz do Iguaçu em 2014, o meu olhar se deteve amorosamente no artesanato produzido pelo Programa Ñandeva da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI). Foi amor à primeira vista. Conhecendo seus múltiplos atores e sua história, fui descobrindo que o Ñandeva só poderia me provocar sentimentos nobres.

Segundo Jorge Samek, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional: "Com o objetivo estratégico de promover o desenvolvimento do artesanato da Região Trinacional (Argentina, Brasil e Paraguai), fortalecendo, assim, a identidade cultural dos povos que vivem neste território, este programa conquistou legitimidade e relevância social porque os seus idealizadores e gestores sempre tiveram a preocupação de conhecer a realidade, respeitar os artesãos e suas organizações e oferecer oportunidades de capacitação." Prova disto são os Prêmios FINEP (2005 e 2010) e Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social (2011), além de um extenso programa educativo desenvolvido nos últimos anos, que envolve mais de 200 Oficinas Criativas, a produção de livros, DVD, teses de doutorado, entrevistas em programas televisivos, organização de palestras, exposições, participação em feiras, salões, festivais, encontros, congressos, além do mais importante: a criação de milhares de obras artesanais que são certificadas, e sua comercialização, feita através da Coart - Cooperativa de Artesanato da Região Oeste e Sudoeste do Paraná, através de uma parceria entre FPTI e COART, assim como pela Fundación Artesanías Misioneras em Posadas - Argentina, valendo-se de critérios de comércio justo, sem fins lucrativos.

Orestes Hotz, Gerente Regional do SEBRAE/PR/Oeste do Paraná, que também apoia o programa, explica quais são os valores do Ñandeva, o que garante que esta iniciativa seja tão bem-sucedida: cooperação; integração; informação; comunicação; sustentabilidade; ética; qualidade do produto; identidade cultural; comprometimento. "O valor é percebido claramente no brilho dos olhos de cada participante, seja artesão, conselho gestor, comprador ou visitante" – afirma Hotz.

Vida longa ao Programa Ñandeva!

Fonte: Ñandeva: 6 anos de história (2006-2012). Edição Especial. Foz do Iguaçu: Gráfica Tuicial, 2013.

Visite a vitrine digital do Programa Ñandeva: www.nandeva.org



lunes, 9 de febrero de 2015

UNILA: uma Universidade Federal em Foz do Iguaçu


UNILA: uma Universidade Federal em Foz do Iguaçu
Cristiane Grando

Escritora, tradutora, gestora cultural, doutora em Letras (USP) e professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Uma universidade sem fronteiras para a América Latina - esse é o lema da UNILA, universidade federal - brasileira - pública e gratuita, fundada em 2010

Um projeto único no Brasil: ser uma universidade bilíngue. O português e o espanhol são línguas que convivem diariamente na fala e ​na ​escrita de estudantes, professores e funcionários da UNILA, Universidade Federal da Integração Latino-Americana, que funciona hoje em cinco espaços ​em Foz do Iguaçu: UNILA PTI (Parque Tecnológico Itaipu); UNILA Centro; UNILA Jardim Universitário; UNILA Edifício Almada; além da sede administrativa, a UNILA VILA A. N​o​ futuro, todas as atividades educativas, culturais e administrativas serão desenvolvidas num único campus, em nove prédios assinados pelo arquiteto Oscar Niemeyer que estão sendo construídos em terreno doado pela Itaipu Binacional. ​Pensar a América Latina e formar profissionais que conheçam a realidade dos diversos países que a compõem, para que sejam estimulados a propor soluções aos mais diversos problemas atuais levando-se em conta a interdisciplinaridade​ e a multiculturalidade: uma das características​ da UNILA​ é a proposta de ter 50% de estudantes e professores brasileiros e 50% ​provenientes​ dos demais países latino-americanos​ e do Caribe​. Os​ estudantes​ brasileiros podem ​se inscrever para ​estudar ​na UNILA​ através ​da​s nota​s​ do ENEM, com inscriç​ões ​ via SISU. Os estrangeiros devem buscar informações na UNILA, pois cada país apresenta acordos distintos. 

Construída num tripé que valoriza o ensino, a pesquisa e a extensão, a UNILA oferece cursos de graduação e pós-graduação. São estes os cursos de graduação consolidados: Antropologia - Diversidade Cultural Latino-Americana; Arquitetura e Urbanismo; Ciência Política e Sociologia - Sociedade, Estado e Política na América Latina; Ciências Biológicas - Ecologia e Biodiversidade; Ciências da Natureza - Biologia, Física e Química; Ciências Econômicas - Economia, Integração e Desenvolvimento; Cinema e Audiovisual; Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar; Engenharia Civil de Infraestrutura; Engenharia de Energia Renováveis; Geografia - Território e Sociedade na América Latina; História - América Latina; Letras - Artes e Mediação Cultural; Medicina; Música; Relações Internacionais e Integração; Saúde Coletiva. Estes são os novos cursos que iniciam em 2015 -Bacharelados: Administração Pública e Políticas Públicas; Arqueologia; Artes Cênicas; Biotecnologia; Ciência da Computação; Design; Engenharia de Materiais; Engenharia Física; Engenharia Química; Farmácia; Jornalismo; Serviço Social; -Licenciaturas: Artes Visuais; Ciências Biológicas; Educação do Campo; Educação Intercultural Indígena; Filosofia; Geografia; História; Química; Letras - Português / Espanhol; Matemática; Música; Pedagogia.

Os links e contatos para mais informações são: 


Aline Oliveira entrevista Cristiane Grando sobre seu novo livro "Arvoressências"


Aline Oliveira entrevista Cristiane Grando
Aline Oliveira entrevista Cristiane Grando sobre seu novo livro “Arvoressências”. Fique em Evidência. Ed. 55, Ano 4. Cerquilho, fevereiro de 2014, p.28.

Cristiane Grando
Professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu

1.       Quando você percebeu que seria escritora?
Em 1992, quando cursava o primeiro ano da faculdade: Letras na USP (Universidade de São Paulo). Tinha aulas de Literatura com o professor Joaquim Aguiar e decidi, naquele momento, ser poeta. Na escola, adorava fazer redações, em especial narrativas. Quanto mais escrevia, mais tinha desejo e facilidade para escrever. Foram doze anos de muito treino de escritura antes de publicar o meu primeiro livro, "Caminantes", em 2004.
2.      Em dezembro de 2014, junto com o poeta Mauricio Vieira, você lançou o livro "Arvoressências" em São Paulo e no Rio de Janeiro. Como está a repercussão da obra?
Celebro dez anos do primeiro livro publicado com uma alegria enorme ao ver o "Arvoressências" impresso com o selo de uma editora brasileira, a Editora de Cultura, de São Paulo. Fiz várias autoedições no Brasil e na República Dominicana, e hoje tenho editoras que me publicam nesses dois países, na Espanha e na Argentina, onde sairá o próximo livro de poemas, o "Numeralia" (palavra em latim que é título deste livro que será publicado em português, espanhol, francês e guarani pela Editorial Clan Destino). A procura pelo "Arvoressências" - que está sendo traduzido ao francês, espanhol e inglês - tem sido grande e muitas pessoas têm comprado o livro pelo site da editora.*  
3.      E como surgiu a ideia para escrever o livro?
A ideia foi do Mauricio Vieira. Do livro e do site, que vale muito a pena visitar. O site contempla poemas de várias épocas, de estilos literários diversos, de autores brasileiros e estrangeiros.**
4.      O que você espera despertar nos leitores através do livro "Arvoressências"?
Amar as árvores e em especial a Natureza. Cuidar do planeta, que é nossa casa, para que tenha vida longa e saudável, assim como todos nós deveríamos ter. Nossa preocupação com a saúde do corpo, da mente e do planeta deveria ser constante: como nos alimentamos e o que comemos; como evitamos criar lixo e como usamos a criatividade para reciclá-lo (separar o lixo; enterrar o lixo orgânico, no caso de que haja quintal em casa; reformar roupas e objetos, doá-los a quem necessite; doar brinquedos; criar artesanato e obras de arte com o que poderia ir para o lixo etc.). Enfim: ser consciente do que consome e dar preferência a consumir produtos nacionais e, em muitos casos, produtos locais, o que favorece o desenvolvimento da sua comunidade.
5.      Enquanto escritora e professora, você deve ler muito. Quais são seus livros e autores preferidos?
"Estrela da vida inteira" de Manuel Bandeira. "Amavisse", "Alcoólicas", "Cantares do sem nome e de partidas" e "Da morte. Odes mínimas" de Hilda Hilst. Poemas de Carlos Drummond de Andrade e de Manoel de Barros, além dos poemas em prosa de Charles Baudelaire (poesia francesa). 


miércoles, 7 de enero de 2015

Barbatuques: música corporal


Barbatuques: música corporal


Cristiane Grando


Escritora, tradutora, gestora cultural, doutora em Letras (USP) e professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)


"Utilizar o corpo como instrumento musical é a proposta essencial do Barbatuques."


O Barbatuques é um grupo paulista de percussão corporal que desenvolve um trabalho musical baseado na exploração dos inúmeros sons que podem ser produzidos pelo corpo humano. Resgatando a espontaneidade infantil de brincar com som e movimento, o resultado de suas pesquisas sonoras é uma orquestra corporal na qual todos os músicos tocam e improvisam sobre o mesmo instrumento: o corpo.

Formado por 15 integrantes, o grupo foi fundado em 1995 a partir de pesquisas de Fernando Barba, assim como pelo seu contato com o músico Stênio Mendes. Sua forma inovadora de fazer música e as inúmeras possibilidades de extrair sons do corpo tornaram o grupo reconhecido internacionalmente. Atuando tanto no mundo artístico quanto no educacional, o Barbatuques também participou de espetáculos e gravações em mais de 20 países, como França, Indonésia, Inglaterra, Turquia, Alemanha, China, Espanha e Suíça, por exemplo. Sua trajetória contribuiu para que a música corporal se tornasse mais difundida mundialmente como uma estética contemporânea e uma importante ferramenta educacional, informa a página oficial do grupo, que também afirma que o Barbatuques trabalha com diferentes técnicas de percussão corporal e vocal, sapateado e improvisação musical, somando as experiências coletivas e individuais, de acordo com a bagagem de cada integrante, numa abordagem única da música corporal através de suas composições, técnicas, explorações de timbres e procedimentos criativos.

A técnica desenvolvida pelo Barbatuques vem sendo cada vez mais utilizada em escolas brasileiras, públicas e privadas, ganhando força pela facilidade de aplicação, simplicidade e baixo custo, pelo estímulo à criatividade, coordenação psicomotora e percepção de si mesmo e do outro. O Barbatuques - contemplado com o Prêmio TIM de Música Brasileira como melhor grupo de MPB (2006) – já lançou dois DVDs e três CDs, sendo o trabalho mais recente dedicado ao público infantil (“Tum Pá”, 2012). Destacamos sua participação na trilha sonora dos filmes "Rio 2", “O Menino e o Mundo” (Alê Abreu, Naná Vasconcelos e Emicida) e do documentário “Educação.doc” (2014) de Lais Bodansky e Luis Bolognesi, sobre projetos inovadores na gestão do ensino fundamental público.

O grupo Barbatuques esteve recentemente em Foz do Iguaçu, onde resido, e apresentou no
Parque Tecnológico Itaipu (PTI) o espetáculo "Indivíduo Corpo Coletivo: Música Corporal”. O evento aconteceu no Cineteatro dos Barrageiros. Vale a pena conferir fotos e vídeos, assim como a história do grupo nas páginas <www.barbatuques.com.br/br> e <www.barbatuques.com.br/pt>.